terça-feira, julho 31, 2012

A Empresa Braspress


11 A EMPRESA BRASPRESS
O mercado de trabalho para motoristas no transporte rodoviário de cargas brasileiro é grande e carece cada vez mais de mão de obra qualificada. Com a evolução dos equipamentos e a elaboração de projetos logísticos cada vez mais complexos para atender aos clientes, a profissão ganhou grande destaque nos últimos anos.
Com pouca oferta de treinamento e capacitação específica para motoristas de caminhão, o profissional passou a ser cada vez mais raro e as empresas têm tido dificuldades para encontrar pessoas para suas operações. As mulheres, figuras raras nas transportadoras há 10 anos, agora têm preenchido uma lacuna importante neste mercado.
Na Braspress, um dos líderes nacionais na distribuição de encomendas expressas, as mulheres são um quadro crescente nas operações, seja como motoristas, seja como encarregadas de postos importantes nas etapas da gigante produção da empresa. Na transportadora, 209 motoristas urbanas e 8 de carretas formam o time de 217 mulheres atrás do volante dos caminhões. Os homens contabilizam 341.
O programa de contratação de mulheres motoristas começou há nove anos e, segundo a Braspress o dia-a-dia das atividades mostrou que a empresa havia encontrado um dos caminhos para o aumento da produtividade e da melhoria da capacitação profissional no setor de Transporte Rodoviário de Cargas, além de abrir espaço para as mulheres num competitivo mercado de trabalho.
“Nossos controles internos mostraram que as motoristas mulheres têm maiores cuidados operacionais com os  veículos colaborando para a manutenção dos caminhões; sabem ser educadas nos relacionamentos com os clientes e no trânsito são pacientes, o que levou a redução de batidas e dos custos de manutenção, incluindo funilaria. Por isso, temos procurado incentivar a participação dessas profissionais no Setor de Transportes, outrora tradicional reduto de trabalho predominantemente masculino”, conta o diretor-presidente da Braspress, Urubatan Helou, que defende que competência não tem sexo.

11.1    Entrevista

Gustavo Brasil, Diretor de Recursos Humanos da Braspress
A.   Gustavo, você pode nos Contar a História que deu origem à ideia de contratar mulheres? Como isso Começou?
            Começou em 1999, A Braspress como estratégia de Marketing decidiu fazer a contratação de motoristas mulheres para chamar a atenção pro serviço que ela prestava, era interessante se ver nas ruas uma mulher conduzindo uma carreta;
            Então aquilo chamava a atenção de todo mundo. Esse era nosso maior objetivo, uma estratégia de marketing, e de lá pra cá isso veio levando uma dimensão bem diferente dentro da Braspress.

B.   E qual a diferença que estas mulheres trazem ao trabalho?
A mulher traz uma diferença bastante significativa pra nós, sem dúvida alguma, assim como todos os nossos outros profissionais que aqui recebem um treinamento diferenciado  pra atender a demanda da nossa atividade é importante frisar que a mulher por natureza ela é muito mais cautelosa na condução dos caminhões, muito mais cautelosa no trânsito.
A mulher tem a preocupação em atender as leis do trânsito, com o cuidado do próprio caminhão, que é uma coisa natural da mulher, isso sem duvida nenhuma traz pra Braspress uma vantagem competitiva interessante por que temos menos despesa com multa, menos despesas com manutenção têm uma satisfação dos nossos clientes no relacionamento diferenciado, por que muitas vezes é mais agradável para eles quando chega uma pessoas que esta com um sorriso no rosto, com o cabelo arrumado de um jeito diferente, isso chama atenção, ou por própria curiosidade de tratar com um profissional da área de transportes mulher. Isso faz com que a nossa atividade flua de maneira diferente.

C.   Hoje, quantas mulheres a Braspress possui trabalhando como motoristas?
Hoje, 50% do meu público de motoristas é mulher. Temos uma parcela muito significativa destas mulheres trabalhando aqui conosco, temos uma concentração grande das mulheres trabalhando nas áreas urbanas aonde a questão de atenção é muita exigida durante o desempenho da atividade, portanto a Braspress tem como diretriz manter um quadro mínimo de 50% de mulheres.
D.   A ideia de que determinadas funções são mais masculinas ou femininas também está ultrapassada?
É claro que mulheres podem se sair melhor em determinadas funções, assim como os homens. Mas nada impede que um homem se saia melhor do que todas as mulheres em uma função classificada como feminina, por exemplo. Embora exista a predominância, não podemos nos prender a essa ideia. Existem incontáveis casos de mulheres exercendo profissões que historicamente eram dominadas por homens, e vice-versa. Tudo depende da situação. Durante uma seleção, é preciso experimentar em alguns momentos.












11.2   Mulheres na direção


Figura 6 – Caminhoneira Braspress Renata Ribeiro de Souza
Fonte: foto retirada de campos transportadora

Entrevistada: Renata Ribeiro de Souza
Cargo: Motorista de coletas e entregas urbanas da Braspress há dois anos e meio, conta que sempre sonhou em trabalhar com caminhão. “Meu pai, meu irmão e meu ex-marido são caminhoneiros e eu sempre quis seguir esta profissão. É uma tradição de família”, conta ela.
Na sua experiência o que você acredita que a mulher tem como diferencial trabalhando nessa área tão considerada masculina?
Renata considera que a mulher tem mais calma para conduzir o caminhão e trabalha com carinho e cuidado com o equipamento. “Este é o lado bom. Mas ainda tem muito preconceito contra as motoristas e esta é uma parte que temos que superar, seguir em frente”, diz.



Figura 7 – Caminhoneira Braspress Maria Gorete Feitosa de Melo
Fonte: foto retirada de campos transportadora


Entrevistada: Maria Gorete Feitosa de Melo
Cargo: motorista, que trabalha na condução das carretas da Braspress nas operações urbanas de coletas em São Paulo está há sete anos e meio na empresa. Começou como motorista urbana e foi promovida para as carretas há um ano e meio.

O que você pensa a respeito dessa profissão?
“Acho esta profissão muito interessante, apesar do trânsito muito ruim que enfrento todos os dias. Gosto do reconhecimento das pessoas ao verem uma mulher no volante de uma carreta. Olham e acham muito legal e isso é gratificante”, conta. Antes de ser motorista, Gorete era vendedora. “A profissão de motorista foi uma casualidade na minha vida. Mudei a categoria da minha habilitação para trabalhar no transporte escolar e depois vim fazer um teste na Braspress”, explica ela, que tem dois filhos e é divorciada.


Figura 8 – Caminhoneira Braspress Terezinha Iugas
  Fonte: foto retirada de campos transportadora


Entrevistada: Terezinha Iugas, nascida há 49 anos no interior paulista, há sete anos entrou para o time de caminhoneiras da Braspress. “Estava desempregada e uma amiga, que é motorista de ônibus, sugeriu que eu mudasse minha carteira de habilitação de letra B para D. Fiz curso no Sest/Senat e mudei de categoria sem experiência, o difícil foi arrumar emprego. Comecei no pátio, acompanhando motoristas. Sou fiel à empresa que me proporcionou a oportunidade de treinamento e condições de exercer a profissão”, conta.

Antiga profissão:
Eu era  recepcionista e nunca tive experiência com caminhão.
Casada, mãe de três filhos, Daniel, 26 anos, Danusa, 24, e da adolescente Giovana, de 15, Terezinha começa 2011 com um novo passo: tirou carteira E, o que a habilita a dirigir carretas. Antes de pegar estrada, no entanto, terá que praticar no pátio pelo menos durante um ano. Depois de dirigir caminhão ¾, toco e trucado, Terezinha vai para o mundo das carretas. “Meus filhos vão ficar ainda mais orgulhosos de mim”, diz com euforia.

2 comentários:

  1. Lindo maravilhoso que raça tem essas mulheres meu marido, sogro, pai e cunhados tudo motorista, e eu vou ser tb nem q tenha q me mudar pq as empresas aqui e nem os motoristas não aceitam mulheres nem o meu marido aceita que eu possa estar rodando nas estradas com eles, mas é meu sonho e eu vou em frente ate conseguir.

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    1. Que bom que você gostou, o intuito do blog é exatamente esse, motivar mais as mulheres, está é uma área onde a mulher ainda é muito descriminada por isso é muito difícil segui-la, mas não impossível.

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