terça-feira, julho 31, 2012

Perfil do Executivo Brasileiro em Logística


8     Perfil do Executivo Brasileiro em Logística
À alguns anos os quesitos necessários para a garantia de um bom emprego dependiam única e exclusivamente de uma boa formação acadêmica, em que um profissional recém formado e sem experiência, ocupava um cargo de peso, acima de vários outros profissionais que possuíam experiência e prática, porém sem formação. No entanto hoje as coisas são bem diferentes, o mercado de trabalho esta cada vez mais exigente, hoje as empresas promovem processos seletivos, onde os profissionais concorrem, muitas vezes, a uma única vaga, as empresas costumam avaliar não só o currículo do candidato, mas também a apresentação pessoal e a postura.
De acordo com as pesquisas realizadas pela Universidade de Ohio e CEL/Coppead pode-se analisar que os profissionais que trabalham na área de Logística tem uma formação muito diversificada, a maioria deles são formados em engenharia, administração, economia, logística e outros.
Nos EUA, a maioria dos profissionais que atuam na área são formados em Administração, já no Brasil tem predominâncias nos formados em Engenharia, como mostra a figura abaixo:
Figura 1 – Análise da formação acadêmica predominante do profissional de logística
Fonte: EUA: Council of Logistics Management & Ohio State University 
Brasil: Pesquisa CEL/COPPEAD 
Análises: Instituto ILOS

Como mostra a figura 1, as pesquisas indicaram principalmente a semelhança no quesito exigências de mercado, entre os dois países, Brasil e EUA, o que mostra o quanto a Logística é recente e pouco conhecida, não só no Brasil mas em outros países também.
            Segundo Mônica Barros (ILOS), apesar de hoje, no Brasil, Engenharia ser o principal curso de graduação dos profissionais de logística, os formandos em Administração vêm cada vez mais aumentando sua participação. Isto fica evidente quando analisamos o perfil dos jovens profissionais que trabalham com logística, entre os quais 32% fazem Administração e outros 32% cursam Engenharia e analisando ainda o perfil do jovem executivo em logística, constata-se que a participação feminina em cursos de especialização nessa carreira é expressiva, aui no Brasil ainda mais que nos EUA, como mostra a figura abaixo:

Figura 2 - Participação feminina em cursos de especialização em Logística
Fonte: EUA: Council of Logistics Management & Ohio State University 
Brasil: Pesquisa CEL/COPPEAD 
Análises: Instituto ILOS

Ela inda ressalta que, “No Brasil, apenas 14% dos profissionais em logística possuem mestrado, contra 51% nos EUA. Entretanto, 73% dos profissionais nacionais possuem alguma especialização, seja pós-graduação, MBA ou mestrado.”
Uma das principais diferenças apontadas entre a pesquisa realizada pela Universidade de Ohio e a realizada pelo CEL/Coppead foi o grau de importância dada aos certificados dos profissionais norte-americanos e brasileiros. Veja na figura 3:

Figura 3 – Nível de escolaridade dos executivos
Fonte: EUA: Council of Logistics Management & Ohio State University
Brasil: Pesquisa CEL/COPPEAD
Análises: Instituto ILOS

Vendo-se que o certificado de um profissional demonstra que ele está apto a exercer a determinada função, negar um certificado seria o mesmo que dizer que o mesmo ainda não alcançou às competências necessárias a profissão. Podemos notar que o Brasil não é um país tão exigente neste sentido, talvez por não existirem tantas pessoas capacitadas no mercado, o que não diminua a necessidade de alguém para exercer a função. Entretanto, podemos perceber que a graduação é reconhecida e exigida tanto aqui quanto no exterior.
No entanto, de acordo com as pesquisas, podemos perceber que esse percentual logo mudará, as novas gerações estão se formando em ensinos técnico e superior cada vez mais cedo, o que se pode concluir que daqui a alguns anos a média de profissionais com certificado aumentará significativamente. Veja na figura 4:

Figura 4 – Faixa etária do profissional de Logística
Fonte: EUA: Council of Logistics Management & Ohio State University 
Brasil: Pesquisa CEL/COPPEAD 
Análises: Instituto ILOS

A figura acima mostra que no Brasil 55% dos executivos formados tem uma idade média de até 37 anos, enquanto nos Estados Unidos a média de profissionais nesta faixa etária é de apenas 10%, 49% dos norte-americanos chegam a se tornar verdadeiros profissionais numa idade média de 47 à 52 anos de idade.  Estes dados demonstram que os brasileiros vem investindo cada vez mais em suas carreiras.
Nos últimos três anos, apenas 7% dos profissionais de logística investiram R$ 1.000 em suas carreiras, enquanto 44% declararam ter gasto entre R$ 1.001 e R$ 10.000, 40% entre R$ 10.001 e R$ 30.000, e 9% mais de R$30.001. Investimentos entre R$ 10.000 e R$ 30.000 correspondem a cursos de especialização, tais como MBA ou pós-graduação realizado no Brasil. E, por fim, investimentos superiores a R$ 30.000 podem ser associados a cursos de especialização realizados no exterior ou mestrados.
Entretanto, as exigências do mercado de trabalho mudam de tempos em tempos, e é ai que muitos profissionais pecam em acreditar que suas bases tecnológicas adquiridas  em sua obtenção de grau seriam aplicadas igualmente ao longo de sua carreira.
“O certificado não deve ser encarado pelos profissionais apenas com o objetivo de obtenção de um documento, e sim como uma forma de aprendizado contínuo.”(Mônica Barros)
O profissional deve mostrar a qualidade de seu trabalho renovando-se continuamente, para sua capacidade não seja questionada.
“Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje!”(Kaizen)
Pode-se dizer que no passado havia, um preconceito com as pessoas associadas ao transporte e à armazenagem. Na maioria das vezes, esses profissionais tinham pouca escolaridade e a própria hierarquia das empresas não colocava a logística em um papel de destaque, o que tornava esta especialização pouco atraente aos profissionais de uma forma geral. Nos dias de hoje o conceito de logística já é completamente diferente, hoje ela é vista como uma área estratégia de grande abrangência para o mercado.
A figura 5 mostra que hoje em dia a logística tem sido cada vez mais reconhecida, no Brasil, onde executivos deste seguimento vem ocupando grandes cargos nas empresas.

Figura 5 - Tempo médio de atuação do profissional de logística e supply chain

Fonte: EUA: Council of Logistics Management & Ohio State University 
Brasil: Pesquisa CEL/COPPEAD 
Análises: Instituto ILOS








9     CONCLUSÃO DAS OBSERVAÇÕES

A área logística agregou novas atividades e responsabilidades nos últimos anos, e com isso passou a ter um destaque maior nas organizações. O reflexo disso pode ser visto nos organogramas das empresas, onde já é bastante comum a existência do cargo de diretor de Logística/Supply Chain.
Pode-se afirmar que os profissionais de logística brasileiros são na maioria:
·         Homens;
·         Formados em Engenharia ou Administração.
·         Com idade média de 38 anos.
·         Com dez anos de experiência em logística.
Nos cargos mais estratégicos, é maior a probabilidade de o profissional de logística ganhar mais. E, quanto maior a remuneração anual, maior é a satisfação do profissional. Em geral, aqueles profissionais que não possuem experiência internacional, normalmente investem mais na sua capacitação como forma de compensação. Com atividades mais estratégicas e de planejamento, o profissional de logística que deseja ter sua empregabilidade alta precisa desenvolver novas competências e, por isso, investir sempre em capacitação.

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